ATA DA QUADRAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 17-5-2012.
Aos dezessete dias do mês de maio do ano de dois mil
e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Dr. Thiago Duarte,
José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Mauro
Zacher, Pedro Ruas, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Bernardino Vendruscolo,
Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Paulinho
Rubem Berta, Professor Garcia, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal.
À MESA, foram encaminhados: o Substitutivo nº 01, de autoria dos vereadores
Airto Ferronato, Beto Moesch e João Bosco Vaz, ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 160/11 (Processo nº 3279/11); o Projeto de Lei do Legislativo nº 064/12 (Processo
nº 0736/12), de autoria do vereador Dr. Thiago Duarte; os Projetos de Resolução
nos 016/11 e 013/12 (Processos nos 0939/11 e 0749/12,
respectivamente), de autoria do vereador Reginaldo Pujol; e o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 012/12 (Processo nº 1078/12), de autoria da
vereadora Sofia Cavedon. Também, foi apregoado o Ofício nº 425/12, do senhor
Prefeito, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 028/10
(Processo nº 0732/10). A seguir, foi apregoado o Memorando nº 045/12, firmado
pelo vereador Mauro Zacher, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por
meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do vereador Carlos
Todeschini, hoje, na solenidade de abertura do seminário “A Lei de Acesso e o
Direito às Informações Públicas”, às quatorze horas, no Auditório Romildo
Bolzan do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Ainda, foi apregoado o Memorando nº 023/12, de autoria da vereadora Sofia
Cavedon, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, ontem, em reunião com a presidência
da Companhia Estadual de Energia Elétrica, às quinze horas, em Porto Alegre. Do
EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 0793/12, do senhor Gustavo Meinhardt Neto,
Coordenador da Caixa Econômica Federal. Durante a Sessão, deixaram de ser
votadas as Atas da Vigésima Sétima, Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões
Ordinárias, da Sétima Sessão Extraordinária e da Quarta, Quinta, Sexta e Sétima
Sessões Solenes. Após, foi apregoado o Memorando nº 016/12 de autoria do
vereador DJ Cassiá, Líder da Bancada do PTB, informando que o vereador Dr.
Goulart passaria a integrar a Comissão
Parlamentar de Inquérito destinada a apurar os fatos relacionados à parceria
estabelecida entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o Instituto
Ronaldinho Gaúcho. Em prosseguimento, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao senhor Jorge Luiz Eltz de Souza, Diretor do Sindicato Médico do Rio
Grande do Sul – SIMERS –, que discorreu sobre o Movimento “Saúde, Rio Grande:
cumpra-se a lei”. A
seguir, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Pedro Ruas, Dr.
Thiago Duarte, Sebastião Melo, Adeli Sell, João Antonio Dib, Toni Proença,
Sofia Cavedon, Dr. Goulart e Paulinho Rubem Berta manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em continuidade, o senhor Presidente
concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, ao senhor
Jorge Luiz Eltz
de Souza. Às quinze horas e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e quatro minutos. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se a vereadora Sofia Cavedon, em tempo cedido pelo vereador Carlos
Todeschini, e os vereadores Dr. Goulart, em tempo cedido pelo vereador DJ
Cassiá, Dr. Thiago Duarte e Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, Valter Nagelstein, Paulinho Rubem
Berta, Nelcir Tessaro e Engenheiro Comassetto. Também, nos termos do artigo 94,
§ 1º, alínea “g”, do Regimento, o senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao
vereador Engenheiro Comassetto, que relatou sua participação, em Representação
Externa deste Legislativo, nos dias quatro e cinco de maio do corrente, no II
Diálogo Federativo Rumo à RIO+20, em Brasília – DF. Durante a Sessão, a
vereadora Sofia Cavedon e o vereador Pedro Ruas manifestaram-se acerca de
assuntos diversos. Às dezesseis horas e dez minutos, constatada a inexistência
de quórum, em verificação solicitada pelo vereador João Antonio Dib, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos vereadores Mauro Zacher, Carlos Todeschini, Dr. Goulart e
Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini e pela vereadora
Fernanda Melchionna. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Passamos à
O Sr. Jorge Eltz, representando o Sindicato Médico
do Rio Grande do Sul – Simers – está com a palavra, pelo tempo regimental de 10
minutos, para tratar de assunto relativo ao Movimento “Saúde, Rio Grande:
cumpra-se a lei”.
O SR. JORGE
LUIZ ELTZ DE SOUZA: Senhores e senhoras, hoje venho aqui falar em nome
do Movimento “Saúde, Rio Grande: cumpra-se a lei”, movimento esse que começou
em abril com 12 entidades e hoje conta com mais de 30 entidades participando.
Uma das grandes conquistas do povo brasileiro, na Constituição de 1988, foi
garantir a Saúde como um direito de todos e um dever do Estado, e que o Estado
iria garantir as formas sociais e econômicas que possibilitassem o atendimento
à saúde da população. No entanto, passados todos esses anos, o que a gente
verifica é que essa conquista ainda não se efetivou plenamente na prática:
ainda há problemas na assistência do SUS, ainda há desassistência à população,
ainda sérios problemas ocorrem. É certo que muitos avanços aconteceram em todo
o País, mas, aqui no Rio Grande do Sul, vige uma situação muito especial: por
uma decisão política sua, o Estado do Rio Grande do Sul vem se negando a
aplicar o que é devido para a Saúde do Estado, com isso levando a uma situação
de agravamento da crise da Saúde no Rio Grande do Sul. Isso tem se refletido
nos índices de saúde; hoje o Rio Grande do Sul é o Estado com o maior índice de
pessoas infectadas pelo HIV e por tuberculose, isso num Estado que já foi
referência nesses dois setores. Isso é fruto lamentável dessa política de
subsidiamento da Saúde aqui no Rio Grande do Sul. Em função de que a
Constituição definiu que a Saúde é um direito do povo e um dever do Estado, a
Emenda Constitucional n° 29, de 2000, regulamentou o que cabe a cada ente da
Federação aplicar na Saúde: à União, aos Estados, aos Municípios. Passados 11
anos, vários entes da Federação ainda não aplicam o que deveriam aplicar; em
função disso, em janeiro de 2012, agora, este ano, foi aprovada a Lei
Complementar nº 141, que vem, então, tornar obrigatória a aplicação desses
recursos na Saúde: o Estado tem que aplicar 12% e os Municípios 15%. Essa mesma
Lei especifica que esses gastos com a Saúde têm que ser aplicados imediatamente
e têm um prazo para a aplicação, é de aplicação imediata. E, além do mais, a
Lei fixa quais são os gastos em Saúde e quais são gastos que eram correntemente
usados como se fossem em Saúde, e, na prática, realmente não são, como gastos
em saneamento básico, gastos com aposentados, etc., coisa que era muito
corrente aqui no Orçamento do Rio Grande do Sul, agora está vedado pela Lei.
Infelizmente, o Rio Grande do Sul é o Estado que
menos aplica em Saúde no Brasil, de todos os Estados do Brasil; Estados pobres
como o Piauí, o Maranhão, todos eles aplicam mais. O Piauí e o Alagoas chegam a
aplicar o dobro e o triplo do que aplica o Rio Grande do Sul. Goiás, que é o
Estado que menos aplica, depois do Rio Grande do Sul, aplica 10,25%, sendo que
o Rio Grande do Sul aplica 5,7%. Bom, 10,25% não está longe de 12%, e nenhum
Estado da Nação, depois da regulamentação da Emenda nº 29, através da Lei
Complementar nº 141, está se negando a aplicar a Lei, a cumprir a Lei e aplicar
os 12% em Saúde. Apenas o Estado do Rio Grande do Sul tem essa posição de não
aplicar a Lei aqui. Também os Municípios do Rio Grande do Sul, sabe-se pelos
dados do Tribunal de Contas do Estado, aplicam mais que os 15%. A grande
maioria aplica mais que 15%, e há alguns Estados que chegam a aplicar 1/3 de
seu orçamento só com Saúde, em função de que, com a omissão do Estado, recai,
nas costas dos Municípios, o ônus de manter o atendimento à população do Estado
do Rio grande do Sul.
Essa omissão do Estado é histórica, é recorrente,
não é deste Governo, ela vem de vários Governos anteriores, e, só no ano
passado, 2011, foram deixados de aplicar R$ 1,7 bilhão em Saúde - R$ 1,7 bilhão
em Saúde! -, muito dinheiro. O Estado aplica exatamente a metade, teria que
aplicar R$ 2,2 bilhões em Saúde. E esses recursos não aplicados anualmente
poderiam ser aplicados na criação de uma carreira de Saúde para o Estado, para
levar profissionais especialistas ao Interior, para criação de hospitais
regionais, criação de UPAs e evitar o caos em que vivemos hoje na Saúde do Rio
Grande do Sul, quando não se conseguem consultas nas Unidades Básicas de Saúde,
não se conseguem consultas com especialistas, não se conseguem procedimentos
seletivos, e procedimentos cirúrgicos chegam a levar mais de um ano para serem
efetivados. E, quando esses procedimentos são efetivados, já não é mais
possível fazer a correção que poderia ajudar a pessoa - sabemos que a área da
Ortopedia e Traumatologia se transformou numa verdadeira fábrica de doentes, de
aleijados. O Rio Grande do Sul, hoje, tem, na Ortopedia e Traumatologia, uma
fábrica de aleijados por omissão do Estado!
O próprio Conselho Estadual de Saúde desaprovou o
orçamento da Secretaria Estadual de Saúde, justamente porque não cumpre o que é
devido na questão do Orçamento do Estado. Então, essa falta de recursos para a
Saúde é grave, e o mais grave de tudo é que o Estado, que deveria ser o
primeiro a fazer cumprir a lei, que deveria zelar pelo cumprimento da lei, é
que diz que não vai cumpri-la; é o Estado que aplica menos do que diz a lei,
que fez um Orçamento que enviou à Assembleia Legislativa e foi aprovado, e até
2015, ele vai continuar aplicando menos que os 12%, vai aplicar 7,2%. Então o
Estado continua afirmando que vai aplicar só 7,2% em Saúde, e é uma situação sui generis, porque o Estado, que é o
responsável por zelar pelo cumprimento da lei, vem dizer ao povo do Rio Grande
do Sul que não vai cumprir a lei! Ou seja, por que o cidadão do Estado do Rio
Grande do Sul tem que cumprir a lei se o Estado não a cumpre? Isso é uma
subversão completa do papel do Estado.
O Governo do Estado coloca muito que não tem de
onde tirar a verba para a Saúde. Ora, a lei é clara, a verba vai sair dos 12%
do Orçamento! É isso que está garantido. Agora, como o Estado vai fazer para
garantir esses 12% do Orçamento para a Saúde é um problema do gestor; ele, como
gestor, tem que garantir isso! Há várias maneiras: ele pode diminuir a renúncia
fiscal. Sabemos que a renúncia fiscal é muito grande, é muito mais que R$ 1,1
bilhão que faltam para a Saúde. Ele pode negociar a dívida do Estado com a União...
Existem várias formas de fazer isso! Esse é um problema de gestão e vontade
política, de querer aplicar a lei e querer resolver o problema de saúde do
povo.
Nas eleições, a campanha do Governador pautou-se
pelo discurso de que ele, gradativamente, cumpriria o que a lei manda aplicar
em Saúde, e que no final do seu governo estaria aplicando 12% em Saúde. Pois
bem, foi eleito em primeiro turno, muito em função disso, e depois de eleito
ele não cumpre o que prometeu na campanha. Isso é uma questão muito grave! Isso
é o que está desmoralizando os políticos no Brasil, porque na campanha
eleitoral eles prometem tudo, mas, depois que assumem o governo, não cumprem
nada. Isso é uma desmoralização, é um estelionato eleitoral o que vem
acontecendo aqui no Rio Grande do Sul e no Brasil inteiro.
Então, essa é uma situação grave, porque o Estado,
que devia zelar pelo cumprimento da lei, diz: “Não vou cumprir a lei”. Mas
como, o Estado não vai cumprir a lei? Ora, o gestor tem que ter capacidade e
tem que saber gerir os seus recursos. Todos os Estados do Brasil vão cumprir a
lei, menos o Estado do Rio Grande do Sul. Por que só o Estado do Rio Grande do
Sul não consegue gerir o seu orçamento e cumprir a lei na questão da Saúde?
Nenhum estado do Brasil se nega a cumprir a lei. Por que só o Rio Grande do Sul
se nega a cumprir a Lei? Essa é uma situação gravíssima!
Em função dessa situação gravíssima é que, na
sociedade civil organizada, articulou-se um movimento para que o Estado cumpra
a lei. Infelizmente, teremos que fazer um movimento para o Estado cumprir a
lei. Esse movimento se consubstancia em uma campanha para conseguir um milhão
de assinaturas, para mostrar o descontentamento do povo gaúcho com essa
situação que estamos vivendo. Então, estão sendo realizados atos em todo o
Interior do Estado; neste momento está ocorrendo um ato em Ijuí. Foram
realizados atos em Pelotas, Passo Fundo, e outras cidades realizarão atos.
Aqui em Porto Alegre, a campanha culminará no dia 2
de julho, na Assembleia Legislativa, no auditório Dante Barone, onde vai-se
recolher conjunto de assinaturas que se conseguiu no Estado para nós
apresentarmos ao Governador. Então, queria fazer aqui um chamamento para todos
os Vereadores e para todo o povo de Porto Alegre. Isto é um dever cívico, é lutar
pelo cumprimento da Lei, ainda mais com relação à questão da Saúde, que a gente
sabe que o povo sofre muito com a Saúde, com a desassistência, com o desamparo.
Isto é um dever cívico de todo o cidadão.
Então, por isso, eu queria fazer uma convocação para
que todos assinem o abaixo-assinado do movimento; esse abaixo-assinado pode ser
conseguido através do site
www.sauderiogrande.org.br e pode ser feito também através de assinatura
eletrônica nesse site. Na medida em
que isso não é um abaixo-assinado que tenha que ir para Brasília para criar
lei, é só um abaixo-assinado para pressionar pelo cumprimento da lei, e a
assinatura eletrônica também vale como uma forma de pressão. Então, nós
queríamos agradecer à Câmara de Vereadores pelo espaço que cedeu para o movimento
e conclamar todos os Vereadores e todos os porto-alegrenses a participarem
dessa campanha, que é muito importante para a saúde do povo do Rio Grande do
Sul.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Muito obrigado, Dr. Jorge, Diretor do Sindicato
Médico do Rio Grande do Sul. Eu queria convidá-lo para fazer parte da Mesa, se
V. Exa. ainda tem alguns minutos. Quero ser o primeiro Vereador a assinar esse
abaixo-assinado e também deixar aqui a lista para os nossos colegas Vereadores.
O sindicato e o movimento têm o nosso apoio total, porque, se este País teve
avanço em algumas legislações nos últimos anos, foi a Lei de Responsabilidade
Fiscal que garantiu, no Orçamento público, investimentos na Educação e na Saúde
fundamentais para o desenvolvimento do nosso Estado e do nosso País. Então, não
é admissível que um País, que um Estado que renuncie a quase 40% da sua receita
renuncie para empresários que deveriam estar contribuindo com os seus impostos
e abra mão desse orçamento justamente lá da política pública; para a saúde,
para a fila dos hospitais, para a escola, para a educação, para a segurança é
que esse dinheiro não está indo. Então, quero dizer a V. Exa. que esse
movimento tem total apoio deste Vereador, e por isso que faço questão de
assinar e dividir com os colegas Vereadores, porque essa é uma questão que tem
que ser enfrentada assim como está sendo enfrentada a questão do piso nacional
dos educadores, nem que seja na Justiça.
Então, V. Exa. tem total apoio deste Vereador, porque
nós queremos realmente que o Estado cumpra os 12% da Saúde.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO RUAS: Obrigado, Presidente Mauro
Zacher. Meu caro Dr. Jorge Eltz, Diretor do Simers, receba aqui, em meu nome e
em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna - nós somos da Bancada do PSOL -, a nossa
solidariedade a essa luta, a esse movimento.
Durante o ano de 2010, muitas vezes eu insisti na
campanha eleitoral no sentido de que o nosso Estado precisava rever a chamada
dívida pública com a União Federal. É uma dívida que ninguém sabe do que é
constituída, não se sabe quais são as obras, quais são os empréstimos e,
fundamentalmente, quais são os juros e multas aplicados, que chegaram a esse
valor estratosférico que drena cerca de R$ 2 bilhões do nosso Estado a cada
ano.
O exemplo de V. Sa. na tribuna foi muito bom, muito
apropriado nesse sentido. E acho que o Simers tem, ao longo do tempo, tido
vários e vários posicionamentos dignos dos maiores elogios e que representam
bem a cidadania em cada aspecto ou momento, sendo que este é mais um deles; a
questão da saúde é fundamental, Ver. Mauro Zacher, Presidente da Casa. Doze por
cento constituem necessidade mínima e básica para cada Unidade da Federação,
entre as quais se inclui o nosso Estado.
Então, receba a solidariedade do PSOL. Queremos
estar, nesse movimento, com as mesmas reivindicações, com a mesma luta que é
comum ao nosso povo. Vou assinar agora o documento.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Convido o Ver. Pedro Ruas a também assinar o
abaixo-assinado em favor do movimento.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Caro Presidente; caro Jorge, nosso colega médico e colega
lá do Sindicato. A Bancada do PDT, então, uníssona, adere ao Movimento, e não
poderia ser diferente. Lembro que, no ano passado, fizemos, em conjunto,
Sindicato, Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Associação dos Usuários do SUS,
Coren e outras entidades, visitas às nossas unidades e às emergências
hospitalares, e pudemos notar, Jorge, nessas visitas, que a grande dificuldade
das pessoas que buscam atendimento em saúde é a dificuldade do atendimento
médico. E só nós vamos ter um atendimento médico com
condições, um atendimento médico que realmente possa contemplar a maioria da
população a partir do momento em que tivermos um plano de carreira de cargos e
vencimentos que faça com que o profissional médico possa sair dos grandes
centros; que haja um grande incentivo, tanto remuneratório quanto de condições
de trabalho, para que os nossos médicos possam trabalhar no Interior do Estado.
E fala aqui alguém que trabalhou por muito tempo no Interior do Estado -
Sapiranga, Santo Antônio da Patrulha, Arambaré, diversos Municípios -, e sabe
da dificuldade que tem o médico lá, tanto da questão remuneratória quanto da
questão de condições de trabalho. E nós só vamos conseguir isso a partir do
momento em que tivermos mais recursos para a Saúde e, como o Jorge acabou de
mencionar, um plano de carreira de cargos e vencimentos estadual. O Município
já tem o seu, e que o Estado possa, espelhado no que tem o Município, também
fazer. Então, um forte abraço, estamos juntos nesta luta.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr.
Thiago já assinou a lista.
O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; meu caro Dr. Jorge, primeiro, o meu abraço ao senhor, a todos os
membros da sua Diretoria. Esta matéria é recorrente e eu não posso deixar aqui
de contextualizá-la. O Brasil, na Saúde, após 1988, com o nascimento do SUS, é
outro Brasil. Temos muitos problemas, mas era muito pior, muito pior! E o SUS,
que foi uma construção que veio de baixo para cima, das assembleias municipais
e estaduais, Dr. Thiago, é um movimento nacional que não se envolveu com um
Partido político, mas com aqueles que têm compromisso com o País. Eu quero
dizer ao senhor que, tristemente, no Brasil, a regra é não cumprir leis. Eu
quero dizer que a lei não é cumprida só em relação à Saúde, e digo isso com
tristeza.
Mas eu, também,
Presidente Mauro, pertenço a um Partido que governou o Rio Grande por três
vezes, sendo que, depois dessa mudança, estivemos no Governo. Eu não tenho
nenhum desdouro ou paixão pelo Governador Tarso Genro, mas o Governador Tarso
Genro está fazendo aquilo que os outros fizeram, porque os outros também não
cumpriram a lei, isso é verdade.
Eu acho que Porto
Alegre se destaca em várias questões. Nós temos uma obrigação orgânica,
constitucional, de cumprir 15%. Nós estamos gastando 19%, 20% com Saúde. É
muito pouco ainda. Agora, eu quero lamentar porque o Congresso Nacional, que é
a representação do povo na Câmara Federal, aprovou a Emenda 29, deixando 10%
para a Saúde. Isso resolveria o problema da Saúde no Brasil! O que fez a Casa que
representa os Estados, que são S. Exas., os Senadores? Aliás, esse Senado tem
que ser revisto na vida republicana. A Casa manteve o orçamento da Saúde e
disse que ela cresce com o PIB. Se o PIB for para baixo, diminui o dinheiro da
Saúde. Vamos botar os pingos nos is, Presidente. Uma Cidade que não tem
dinheiro, às vezes, para tapar o buraco da rua, para fazer uma creche, não tem
mais dinheiro para botar em Saúde. Isso é conversa mole para boi dormir. Quem
tem que botar o dinheiro na Saúde é o Governo Federal, e acho que os Estados
também. Eu quero dizer o seguinte: o Rio Grande, lamentavelmente, consome hoje
52% com sua folha de pagamento e paga 19% com uma dívida, como disse o Ver.
Pedro Ruas, que tem que ser revista. Não é possível que 19% de uma dívida que
era R$ 10 milhões... Foram pagos R$ 18 milhões, e hoje o Rio Grande deve R$ 40
milhões para a União. Então, V. Exa. suscita e traz com galhardia, mas é
importante contextualizar. Assino mais de uma vez, mas, evidentemente, encerro
dizendo: o Brasil é um País que não cumpre leis, inclusive na área da Saúde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver. Sebastião Melo.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, em nome da nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores,
quero dizer ao Jorge, nosso amigo Jorjão, de muitas lutas e batalhas, que,
evidentemente, nós estamos junto em qualquer mobilização para o cumprimento
dessa e de qualquer outra lei. E nós achamos que é fundamental que façamos um
movimento também; nós devemos puxar um outro movimento que talvez ajude isso,
que é a questão da renegociação da dívida com o Governo Federal. Nós só
resolveremos essa questão dessa maneira: fazendo uma repactuação, ou seja, nós
temos que rever o pacto federativo. E, dessa maneira, sem dúvida nenhuma, o Rio
Grande do Sul avançará. Nós também precisamos fazer com que esse investimento
seja feito no Saúde da Família, seja feito na prevenção, porque há muitos dados
hoje de algumas disputas eleitorais que se avizinham. Vi recentemente uma
grande propaganda louvando o atendimento hospitalar. Eu louvo o trabalho de prefeitura
que faz o Saúde da Família, porque faz prevenção. Ou como durante a gestão do
meu amigo Mainardi, em Bagé, que conseguiu diminuir pela metade o índice de
mortalidade infantil. Isso sim é saúde, porque, quanto mais pessoas
hospitalizadas, significa que há um atendimento hospitalar bom, mas uma saúde
péssima. Por isso nós nos empenharemos também nesse processo e,
concomitantemente, uma campanha para rever o pacto federativo, rever a dívida
com a União. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; meu caro Dr. Jorge Eltz; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; meus
senhores e minhas senhoras; estou deixando a vida pública no fim deste ano e
vou triste pelas coisas que tenho visto ao longo da minha caminhada; agora, não
vi nenhuma fraude maior do que essa que foi feita com a saúde do povo
brasileiro. Realmente, a Constituição diz que a saúde é direito de todos e
dever do Estado. O Estado que, no caso, é a União, é quem tem a maior parte do
bolo, muito maior; depois os Estados, depois os Municípios. Os Municípios, na
sua maioria, cumprem a legislação, chegam a gastar o dobro do previsto, que é
15%, mas gastam 30%.
O Município de Porto Alegre, há vários anos, há mais de 20
anos, vem gastando em torno de 20%. Então, não tem problema com o Município. O
Estado já teve Governador condenado na Justiça por não aplicar a Constituição,
não é coisa nova. Mas a fraude foi feita pelo Poder da União, deixaram aprovar,
na Câmara Federal, e deram uma satisfação para o povo; e no Senado, onde o
Governo tem maioria, mais do que absoluta - é possível que haja mais do que
absoluta -, eles fizeram a fraude, alertaram o povo brasileiro que os Estados
deveriam dar 12%. Não disseram de onde tirar, como também o piso do professores
também não disseram de onde tirar, mas alertaram que não pode fazer isso, não
pode fazer aquilo, mas tem que dar 12% para a Saúde. Como eu disse,
Governadores já foram condenados na Justiça, aqui no Rio Grande do Sul, por não
terem cumprido esse preceito, que já existia, não é novo, apenas alertaram que
não podia colocar saneamento, não podia pagar aposentado, etc e tal.
Mas eu
vi, ninguém me contou, o Sr. Henrique Fontana, Líder do Governo, no ano de
2008, quando ia ser votada, na Câmara Federal, a Emenda nº 29, foi ao microfone
e disse: o Governo não quer que seja votada hoje, neste momento, aqui e agora,
porque este ano tem eleição, ano que vem pode ser votada. Passou 2009, nada;
2010, volta para a Ordem do Dia, vai ser discutido, votada, mas o Sr. Cândido
Vaccarezza, diz com todas a letras: o Governo não quer que vote.
Aí, assume um novo
Presidente na Câmara, o que ele faz: eu vou votar. Votou. Acertou com o
Governo, pode ter certeza, votaram 10%. A União tem muito dinheiro, não gasta
4% na Saúde. E eu já vi suplementar em cima
desses 4%; já acompanhei, eu acompanho bastante o problema da saúde. Inclusive
do Município de Porto Alegre e da União, desde que assumiu o “doutor Lula” -
que tem vários títulos de honoris causa
de várias universidades brasileiras, o “professor” Lula, já que ele tem título
de professor emérito... Porto Alegre tinha R$ 307 milhões para o SUS no último
ano do Fernando Henrique. No primeiro ano do “doutor honoris causa”, apenas R$ 250 milhões. E levaram sete anos para
conseguirem igualar os R$ 307 milhões. Porto Alegre perdeu R$ 330 milhões! Isso
ninguém fala!
Agora, eu acho que o
Estado é assim: em primeiro lugar saúde, segurança e educação; ou educação,
segurança e saúde. Não importa a ordem, os três são importantes na vida das
pessoas. E o Estado não tem de onde tirar o dinheiro. Esta é que é a verdade.
Por isso eu fico triste, sabendo que existem leis, mas não há como cumpri-las.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver.
João Antonio Dib.
O Ver. Toni Proença
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Dr. Jorge, quero dizer que a Bancada do Pátria Livre está
solidária. Mas, como falaram os Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e o
próprio Ver. Dib, o que nós temos que equacionar no Rio Grande do Sul é a
dívida do Estado. Se nós reduzirmos a 1% o que paga o Estado de dívidas, está
resolvido o problema do orçamento da Saúde. É aí que reside o grande problema
do orçamento estadual.
Quero discordar do
Ver. Mauro Zacher fraternalmente; a renúncia fiscal é um instrumento de
desenvolvimento, de correção de anomalias e de territorialização do
investimento. Quando se faz a renúncia fiscal não se renuncia ao que se tem e
sim ao que se pode alcançar. Portanto, eu sou solidário à causa do Simers, mas
nós temos que nos somar a esta Campanha, à qual se somam os ex-Governadores Rigotto
e Collares, e Tarso Genro, na batalha para que a gente possa reconstituir a
dívida do Estado. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. Toni Proença, me permita, então, já que V. Exa. discordou fraternalmente,
dizer também que somos o Estado que mais renuncia o orçamento fiscal. Isso é
uma grande caixa-preta. Recentemente a Ajuris fez um grande movimento e era
muito bom para o Estado que isso ficasse muito claramente explicado, porque eu
acho extremamente abusivo o tamanho da renúncia que o Estado faz em relação às
suas finanças.
A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Mauro Zacher,
falo em nome da oposição, e agradeço aos
Partidos de oposição por permitirem. Quero cumprimentar o Jorge, do Simers,
porque reconhecemos que o Simers, em todos os governos, sempre teve uma pauta
muito crítica, muito dura, levantando sempre o tema da Saúde. Nós, certamente,
assinaremos, porque nós assinamos, todos esses anos, junto com os movimentos
populares, as emendas populares no Orçamento do Estado para compor 12% para a
Saúde. E não lembro, Ver. Mauro Zacher, de o PDT ter assinado, já vejo que a
sua postura mudou, pelo menos, V. Exa. é o primeiro a assinar. Nós éramos o
único Partido a assinar, nos anos da Governadora Yeda e do Governador Rigotto,
a emenda popular, que, obviamente, nunca passava. E acho que a gente não pode
enxergar, portanto, que há mágica na solução orçamentária deste Estado, muito
menos para pagar piso, quem dirá para reconstituir um Estado forte, porque o
que nós tínhamos, até então, era um Estado mínimo, com a lógica de retirar do
Estado os serviços fundamentais para a população.
Nós nos somamos a
este Movimento, o Governador Tarso tem o compromisso de compor 12% até o final
de seu mandato, não é uma tarefa simples, tem enfrentado temas amplos que devem
influenciar nessa recomposição da capacidade orçamentária de investimento do
Estado, tanto que, corajosamente, levanta o tema da dívida. Mais do que isso, a
problematização da renúncia fiscal, Ver. Mauro, é uma problematização que nós,
do Partido dos Trabalhadores, fizemos ano após ano, neste Estado do Rio Grande
do Sul, e envolve um grande debate com a sociedade gaúcha e brasileira, porque
a questão da guerra fiscal oprime os Estados. Nós, aqui, em Porto Alegre,
vivemos o problema dos nossos transportadores de caçamba, que não conseguem
fazer a coleta, porque os de Canoas conseguem coletar, em Porto Alegre, e
entregar no aterro de Canoas, e nós estamos perdendo serviço.
Então, nós temos
muitos temas a enfrentar, mas o tema da Saúde é extremamente importante! Quero
devolver um desafio ao Simers: estamos andando pela Cidade, todos os
Vereadores, nós fizemos todas as mudanças que entendemos que o Governo acumulou
junto ao Simers, aos médicos, em relação, inclusive, ao regime de trabalho dos
médicos, e não conseguimos ver suprida a demanda de médicos na Cidade. Nos
postos de saúde, se chegar lá à tarde, não há médico. Estamos, realmente, com
muita dificuldade, e decifrar esse enigma é uma angústia desta Casa. Esta Casa
se debruça muito sobre este tema, e a população tem sofrido muito.
Então, acho que o
Simers poderia nos ajudar em vários colóquios para entendermos o que está
acontecendo e tentarmos superar isso, porque a gravidade do tema Saúde é
pulsante. Encerro dizendo que Porto Alegre, pelo menos agora, está recebendo
recurso do Governo do Estado; com Tarso Genro Porto Alegre está recebendo uma
parte do que lhe era merecida, que não tinha recebido, pois tinha recebido zero
dos dois Governos, do Governo Rigotto e Governo Yeda, que nada repassaram para
Porto Alegre. O nosso Governador Tarso Genro começou a repassar os valores
desde o ano passado. Então, devagar, as questões irão avançar, mas o movimento
social tem que fazer isso que o Simers está fazendo. Ele está de parabéns
porque há muita tensão sobre o Governo em diversas áreas. Se não tiver luta
pela Saúde, o avanço será mais lento. Conte conosco.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr.
Goulart está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. GOULART: Vereador Presidente,
meu colega Mauro Zacher; meu querido Diretor e colega Dr. Eltz, me manifesto
para enviar uma saudação muito forte - eu, que sou Conselheiro do Simers, do
novo Simers - para o nosso querido Presidente Argollo, dizendo que temos que
fazer algumas reflexões. Eu vou esperar que o senhor possa me ouvir. (Pausa.)
Eu gostaria de falar para o senhor, se por acaso eu não tiver a sua atenção, eu
não sei nem o que falar. Eu tenho esse problema, fico com as ideias
embaralhadas quando os outros também estão falando.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O senhor já
acabou? Quem sabe o senhor toma uma água e volta em seguida, Dr. Goulart?
O SR. DR. GOULART: Não, eu não preciso
de água, eu preciso de atenção, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Então, o
senhor tem atenção.
O SR. DR. GOULART: Obrigado. Eu estava
escutando a minha colega falar, e ela dá importância ao Tarso Genro porque
começou a colocar na pauta orçamentária algum dinheiro para a Saúde. Mas ainda
é pouco! Os dois Governos que ela falou jamais colocaram um tostão na Saúde em
todos os tempos e foram os dois Governos que ela ali explicou. Não existe código
nenhum para se decifrar, simplesmente tem que se comprar serviços. O Governo
tem que ter dinheiro e comprar serviço. Se não tem cirurgiões no Quadro da
Prefeitura, como a Prefeitura vai fazer as pessoas se operarem, Dr. Eltz? Não
tem cirurgião! Eles estão dentro dos hospitais, e se precisa comprar serviços e
ninguém quer gastar dinheiro comprando serviço. Nós podemos criar um hospital
de um dia para outro. Raciocinem comigo: se o senhor for domingo, dia feriado,
sábado à tarde e à noite, no Mãe de Deus e no Moinhos de Vento, os médicos
privados e dos planos de saúde estão operando. O senhor pode operar às 9h da
noite, se o senhor quiser, de domingo, e os hospitais que têm médicos
operadores do serviço público encerram suas atividades quinta-feira à tarde. Sexta
não se opera de manhã, não se opera de tarde, não se opera domingo, não se
opera sábado. Por que não se opera? Nós criaríamos um hospital – Conceição,
Clínicas, PUC, Presidente Vargas... O Hospital de Pronto Socorro opera cirurgia
eletiva, Excelência, opera cirurgia eletiva! Tem uma residência de cirurgia
eletiva. Por que não opera sábado e domingo? Por quê? Porque não tem quem
pague, porque não é pago. Assim como os Governos não se interessam em valorizar
o preço de uma casa popular para que haja interesse da iniciativa privada em
construir, não se interessa em pagar a Saúde, não se interessa em pagar os
médicos. Se um médico operar no Hospital Conceição uma paciente, ele ganha o
salário dele no fim do mês; se ele operar duas, ele ganha o mesmo salário; se
ele não operar nenhuma, ele ganha o mesmo salário; se ele operar 200, ele ganha
o mesmo salário! Como é que vai progredir o trabalho da Saúde se ninguém quer
investir dinheiro em Saúde e não quer pagar médico, enfermeiro, hora extra,
técnicos de enfermagem? Então, não é tão difícil, é só vontade política. Vamos
criar um hospital de um dia para outro com um “penaço”, vamos começar a operar
sábado e domingo nos grande hospitais públicos. É uma satisfação, leve meu
abraço forte ao Dr. Argollo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver. Goulart.
O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Presidente; em nome da Bancada do PPS, eu quero aqui concordar com a
maioria dos pronunciamentos que fizeram os meus colegas Vereadores, mas
gostaria também de dizer, primeiro, que o senhor tem um parceiro no PPS, que
também luta pelos mesmos objetivos. Aqui foi colocada a questão dos 12%, aqui
foram colocadas todas as dificuldades, e as pessoas precisam entender que essas
dificuldades estão estourando lá na vila, lá na periferia, nas pessoas que
estão ficando na fila, na falta de profissionais. Embora o esforço que vem
fazendo o Governo Fortunati – e eu tenho acompanhado todas as inaugurações que
vêm acontecendo nas Unidades de Saúde –, falta que se cumpra a lei, o senhor
tem razão. Agora, explique isso para uma mãe com uma criança no posto de saúde,
na fila. Dizer que isso é vontade política é verdade, eu acho que é mais vontade
de fazer do que falta de recursos porque nós vemos tantos recursos
desperdiçados, tanta corrupção neste País tomando o dinheiro das pessoas, que é
o dinheiro que está fazendo falta na Saúde, na habitação, está faltando para
aquele que ajuda a construir este País! É o Cachoeira, é não sei o quê, todo o
mundo passando a mão. Agora, para a Saúde, para assinar uma medida que venha
beneficiar a Saúde, ou para que se cumpra os 12%, aí tem que ter um rosário, é
uma burocracia tão grande, falta dinheiro, falta tudo. O PPS se coloca ao seu
lado apoiando e está trabalhando junto com todos porque, para nós, Vereadores,
que amassamos barro na vila, é muito difícil explicar isso. E aí nós todos
caímos na mesma vala: a política não presta. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver. Paulinho Rubem Berta. O Dr. Jorge
solicitou apenas um minuto para fazer as colocações finais. Eu peço permissão
ao Plenário para conceder, pelo menos, um minuto ao Dr. Jorge para que possa
fazer as despedidas.
O SR. JORGE
LUIZ ELTZ DE SOUZA: Eu acho que muitas questões importantes foram
levantadas aqui. Uma questão que eu não referi quando falei foi a questão do
Governo Federal. Realmente, quando houve a aprovação da Emenda nº 29, não se
tocou na questão do orçamento federal. A Emenda nº 29 previa 10%, e o que foi
aprovado é que a União vai continuar aplicando 4,5%, o que ela aplica hoje, de
acordo com a variação do PIB, ou seja, onde tinha o maior orçamento para
aplicar em Saúde, que era na União, não se mexeu. Infelizmente, foi uma grande
falha da regulamentação da Emenda nº 29. No entanto, a Federação Nacional dos
Médicos, o Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a
Ordem dos Advogados do Brasil iniciaram uma campanha nacional de recolhimento
de um milhão e meio de assinaturas para fazer uma lei de iniciativa popular
pela aplicação de 10% da receita líquida da União na Saúde. Para nós,
infelizmente, esse movimento da regulamentação da Emenda nº 29 não acabou. Nós
vamos continuar porque nós achamos e entendemos que o principal ente a aplicar
dinheiro na Saúde e onde estão os maiores recursos e condições de resolver o
problema da Saúde no Brasil é a União. Então, nós estamos fazendo esse
movimento em nível nacional. Com relação ao Governo do Estado, eu só queria
ressaltar que, infelizmente, é apenas um Estado da Federação: só o Rio Grande
do Sul diz que não tem como aplicar. Ora, se todos têm como aplicar, por que
nós não temos? Eu acho que é uma questão de estudar o orçamento e ver como se
resolve isso.
Concluindo, nobre Vereador, foi colocado aqui que,
apesar de ter sido feito um plano de carreira para os médicos, o problema da
Saúde ainda continua existindo em Porto Alegre. Quando daquelas discussões,
quando foram para a imprensa dizer que os médicos eram vagabundos, que não
cumpriam carga horária, se botou ponto eletrônico em todas as Unidades de
Saúde, e isso não resolveu o problema da Saúde de Porto Alegre. Então, o
problema não é dos médicos vagabundos, porque os médicos não estão fora do
Posto de Saúde, eles estão cumprindo horário com o ponto eletrônico. É que o
plano de carreira aprovado ficou aquém de tornar atrativa a carreira da Saúde
no Estado e no Município; por isso não se conseguem médicos. É só um esclarecimento.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Agradeço o Dr. Jorge, Diretor do Sindicato Médico
do Rio Grande do Sul. Quero deixar aqui o abaixo-assinado aos Vereadores que
ainda não assinaram e gostariam de assinar esta bela iniciativa do Sindicato
que tem nosso total apoio e reconhecimento, porque é necessário que se faça
essa pressão para que o Governo do Estado consiga enfrentar e para que nós
possamos oferecer ao cidadão gaúcho, no mínimo, aquilo que está na legislação.
Parabéns, eu suspendo a Sessão por um minuto para que possamos fazer as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h3min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 15h4min): Estão reabertos os trabalhos.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Mauro Zacher, eu me esqueci de fazer uma referência porque eu falei
também em nome do PSOL e, quando falei das assinaturas, queria dizer que o PSOL
não tinha Bancada na Assembleia Legislativa; eu tenho certeza de que assinaria
junto as Emendas durante todos esses anos. Preciso fazer esta correção da minha
fala anterior, eu agradeço muito.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Aliás, eu estava aguardando a sua correção também
em relação a este Vereador, pois o PDT também faz parte desse processo.
Passamos às
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; primeiro, eu quero
fazer o registro aqui de que, de fato, nós nos espantamos com a falta de republicanismo
e de cuidado com o que é público por parte da Prefeitura Municipal. O jornal
Metro traz hoje uma reportagem demonstrando que os Secretários que saíram, se
desvincularam da função de Secretário para concorrer, o que é legítimo,
continuam atuando. E não só atuando, mas ganhando visibilidade através da
atuação da sua Pasta, como se Secretários ainda fossem, através da página da
Prefeitura. (Mostra jornal.) Não tem problema continuar atuando na sua área,
aliás, devem capitalizar as ações que realizaram. Agora, a página pública da
Prefeitura não pode fazer esse tipo de publicidade. O jornal aqui mostra três
situações de ex-Secretários, e esse descuido, vamos atribuir a isso, é
inaceitável quando nós sabemos que a lei eleitoral está cada vez mais rígida,
que há um movimento, no Brasil, de moralização, de separação do uso da máquina
pública da disputa eleitoral, da disputa saudável nas eleições, da apresentação
de projetos, da disputa da representação política nesta Casa. Nós queremos
fazer o registro de que, muitas vezes, escutamos “olha, o Secretário de tal
Pasta é que se dá bem, as políticas são utilizadas...”, mas nós não vamos
admitir que isso seja explicitamente realizado pela Prefeitura, pelo seu site, pela sua comunicação. É desigual,
é iludir o eleitor, é, na verdade, distorcer um processo eleitoral que deve
manter uma equidistância, uma capacidade de todos se apresentarem e
problematizarem a Cidade. Eu tenho uma opinião muito favorável aos períodos
eleitorais, porque obviamente as Prefeituras se organizam, tentam obter
resultados, são momentos não de troca, não de clientelismo, Ver. Toni, mas, de
fato, momentos de balanço, são momentos de reflexão, são momentos em que a
Cidade olha o todo. Acho que sempre, sempre, em todos os momentos eleitorais, a democracia fez com que houvesse avanços em todas as esferas. Em todas
as esferas!
Nós vivemos um
momento extraordinário esta semana, com a Presidente Dilma anunciando bilhões
de investimentos na infância, através do Programa, Ver.ª Maria Celeste, Brasil
Carinhoso. E nós temos que nos emocionar e nos orgulhar, porque é a primeira
vez que um País olha para as suas crianças, de zero a seis anos, de fato, com a
determinação de oportunizar a elas estarem em um espaço infantil, de
atendimento adequado, de creche; com a determinação de vincular essa criança à
família e ao Bolsa Família nesse atendimento de estimulação precoce, nesse
atendimento que vai permitir o desenvolvimento do ser humano na sua
potencialidade máxima, nas suas diferentes dimensões.
E eu quero recordar
que o Bolsa Família já fez isso e está fazendo com o Ensino Fundamental. O
Bolsa Família vinculado à presença na escola, Dr. Jorge, e à necessidade de
fazer as vacinas, de ir ao posto de saúde. Essa vinculação das famílias mais
pobres, de receber o Bolsa Família, mas ter o compromisso com a sua criança, de
ela estar na escola hoje, está sendo estendido à Educação Infantil, um
estímulo, que, ao mesmo tempo, fornece a renda, mas vincula à emancipação, à
proteção da infância, à construção de direitos. E eu não tenho a menor dúvida
de que o Brasil será outro Brasil – aliás, hoje já é outro Brasil. E, a partir
desse Programa, que se soma a tantos outros importantes, nós teremos um Brasil
muito diferente, uma perspectiva de Nação e de sua gente muito diferenciadas.
Então, esses momentos
eleitorais são muito importantes, não podem ter distorções dessa ordem; tem que
ter avanços...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PEDRO RUAS: Estou falando aqui como
Líder do PSOL, juntamente com a minha companheira de Bancada, Ver.ª Fernanda
Melchionna, com o intuito de encaminhar, Presidente Mauro Zacher, um ofício a
V. Exa., para que chegue ao Executivo Municipal, particularmente à S. Exa., o
Prefeito, no sentido de que promova, imediatamente, o rompimento de qualquer
contrato do Executivo, por qualquer dos seus órgãos, com a Delta Engenharia. É
uma empresa inidônea, com diversos escândalos em todo o País, e que mantém
contratos ainda com a Prefeitura de Porto Alegre, e é uma das únicas onde é
mantido esse tipo de contrato. Estamos encaminhando a V. Exa. para que chegue
ao Prefeito a rescisão dos contratos que o PSOL pede imediatamente. Obrigado,
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ok! Está registrado.
Solicito à Ver.ª Fernanda Melchionna
que secretarie os trabalhos para proceder à leitura das proposições
encaminhadas à Mesa.
A SRA. SECRETÁRIA ad hoc (Fernanda
Melchionna): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Muito obrigado, Ver.ª Fernanda
Melchionna.
Ver.
Pedro Ruas, consultei a nossa assessoria. V. Exa. tem, como instrumento
regimental – e acho que seria o mais adequado –, encaminhar este ofício não
como ofício a este Presidente, mas como um Pedido de Providências dos
Vereadores que assinam com Vossa Excelência.
O SR. PEDRO RUAS: Recolho a informação de Vossa Excelência,
agradeço e vou providenciar no Pedido de Providências, mas, como já anunciei,
vou deixar... pelo menos, como ciência à Mesa, só salientando que os Vereadores
são este que fala, Pedro Ruas; Ver.ª Fernanda Melchionna, Ver.ª Maria Celeste e
Ver.ª Sofia Cavedon.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. DJ Cassiá.
O SR. DR. GOULART:
Estimado Presidente, Mauro Zacher; minhas queridas colegas Vereadoras;
Srs. Vereadores; nossos assessores que nos acompanham nesta tarde, uma boa
tarde! Pois é, temos aí o Programa Minha Casa, Minha Vida.
O Minha Casa, Minha Vida colocou como função
principal no Município de Porto Alegre o agendamento, o cadastramento das
pessoas, por alguns critérios: áreas de risco, mulher chefe de família, arrimo,
pessoas com defeitos físicos, segurança e Orçamento Participativo. Mas, toca
para a Prefeitura, toca para o DEMHAB, para o meu amigo Jorge Dusso, e
tem que se fazer muito mais que isso. Muito mais do que isso!
Por exemplo, temos uma enorme preocupação, que não
foi pensada. As pessoas muito pobres, mas muito pobres mesmo – as que não
ganham nada, que conseguem algum tipo de dinheiro por meio de esmola – têm que
pagar R$ 50,00. É só isso? Não. Têm que pagar o condomínio, quando é em
edifício, e a maioria do Minha Casa, Minha Vida é em edifícios. Quanto é o
condomínio? R$ 65,00, R$ 55,00, R$ 45,00, R$ 75,00. Soma-se aí: R$ 120,00. E é
só isso que tem que pagar? Não. Tem que pagar a luz. É só isso? Não. Tem que
pagar água. Estou falando das coisas obrigatórias que têm que ser pagas: a
prestação da Caixa Econômica, a luz, a água, o condomínio. E essas pessoas que
não ganhavam nada e que vão para lá? Como diz a artista carioca na novela das
oito: “Como é que ‘faich’? Como é que ‘faich’?”. Como faz para resolver esse
problema? Até agora não sabemos como é que faz. Não sabemos! E até trago o
problema para os Vereadores começarem a pensar, porque inteligentes,
representantes da nossa comunidade que são poderão nos ajudar a pensar como é
que faz para resolver esse problema.
Mas existe um outro problema muito maior, um
problema muito grande mesmo, e esse a Caixa Econômica, meus queridos amigos e
colegas poderão resolver, mas estão demorando demais. São dois tipos de ação no
Minha Casa, Minha Vida ruins. Primeira: apartamentos que não foram ocupados
pelos seus designados até hoje, e um monte de gente precisando dos apartamentos;
um número importante de apartamentos vazios esperando o dono que foi sorteado,
que foi escolhido, que foi recrutado e que não aparece. Pior: apartamentos que
foram vendidos! As pessoas ganham o apartamento no Minha Casa Minha Vida, e o
vende por três contos - por quatro mil, por cinco mil, até por R$ 12 mil
vendem! Onde está o problema? Não é o DEMHAB que resolve isso; quem resolve é a
Caixa Econômica Federal, o Ministério das Cidades - eles têm que permitir ações
um pouco mais fortes para os apartamentos que estão vazios, Paulinho Rubem
Berta, para os apartamentos que têm material dentro e que ninguém ocupa, e para
os apartamentos que foram vendidos. Nós, V. Exa. e eu, Paulinho, num plano seu,
referendado pelo DEMHAB, estamos aguardando para que se construam apartamentos
lá do Jardim dos Coqueiros, e nós nunca conseguimos! Não estamos conseguindo, e
não estamos conseguindo. Então, a burocracia da Caixa e do Ministério das
Cidades tem que ser menor, ou passar para o DEMHAB se não podem fazer - eu não
estou mais lá, mas temos o Sr. Jorge Dusso lá, excelente.
O Sr. Paulinho
Rubem Berta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero agradecer a
V. Exa., rapidamente, e gostaria que o Presidente pudesse segurar um pouquinho
o tempo. Meu amigo - permita-me chamá-lo assim -, Vereador Humberto Goulart, o
senhor sabe de toda a luta que fizemos, e até em conjunto, como o senhor acabou
de citar, para respeitar as demandas do OP, respeitar o direito das pessoas que
se organizaram, respeitar aquelas pessoas que durante meses e anos a fio
participaram do Orçamento Participativo, para conquista de uma área onde
pudessem morar melhor, que são os que estão em cima do arroio ali do Passo das
Pedras. O senhor veio e colaborou, buscando recursos para a construção de
duzentos e cinquenta apartamentos, e hoje - não que essas pessoas não mereçam
porque merecem morar as que lá estão -, há pessoas que estão tirando o direito
daquelas pessoas que trabalharam para isso. Então, eu quero lhe dar os parabéns
porque o senhor foi uma pessoa fantástica em colocar as pessoas que se
organizaram, e infelizmente, hoje, essas pessoas estão prejudicadas. Eu espero
e faço um apelo aqui ao nosso querido Dusso, Secretário do DEMHAB, ao Prefeito
José Fortunati, ao Deputado Cezar Busatto, para que busquem uma área para
aquelas famílias que lá estão, e libere aquela área para a construção de
apartamentos para essas 250 famílias, porque, se isso não ocorrer, elas vão
passar mais um inverno dentro do arroio. Parabéns ao senhor.
O SR. DR.
GOULART: Parabéns pela sua luta, nós nos engajamos a ela. Muito obrigado, Sr.
Presidente, pela sua tolerância e compreensão. Vamos falar mais vezes sobre
esse assunto, porque nós precisamos de ajuda. Como o Orçamento Participativo é
uma ferramenta maravilhosa do Governo de Porto Alegre, que a gente possa
decidir com a comunidade e com os Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ADELI
SELL: Caro Presidente Mauro Zacher; colegas Vereadoras, colegas Vereadores;
senhoras e senhores, há alguns dias, o Ver. Paulinho Rubem Berta, como sempre,
fez uma reunião da CUTHAB, presidiu a reunião a nosso pedido, para tratar dos
bancos de areia do Guaíba. Recebemos a visita do DMAE, da SPH e da Marinha. Mas
vou falar especialmente do DMAE e da Marinha, porque o pessoal dos clubes
náuticos, assim como vários de nós, tinham grandes preocupações. Primeiro,
todos louvamos as obras do Pisa, que são tremendamente importantes para que
Porto Alegre alcance os 77% de tratamento de esgoto que nós tanto almejamos.
Mas, como houve uma grande movimentação de areia, criaram-se bancos de areia em
dois espaços importantes do Guaíba. Nós fomos alertados por navegadores, por
pessoas que usam barcos, lanchas, caíques, pescadores, passeadores, pessoas que
usam jet ski. Discutimos com alguns
clubes náuticos, alertamos e colocamos, inclusive, as fotos dos bancos de areia
não sinalizados. Eu fui insistente, Ver. Paulinho Rubem Berta, em perguntar se
há sinalização ou não? E a resposta foi: “Não, tudo está sinalizado”.
Bom, no sábado, a convite de algumas pessoas, eu
estive no lago Guaíba. Senhoras e senhores, se botar
duas ou três taquaras no Guaíba for sinalização dos bancos de areia, então,
perdoem-me, eu estou equivocado! Mas, que eu saiba, para sinalização se coloca
boia, algo visível de cor vermelha, cintilante. Mas o responsável da Marinha
esteve aqui, o responsável do DMAE - eu fui cortês com o Presidente do DMAE, aqui
-, mas levantei isso há meses, não quero fazer injustiça, não sou um
especialista na área, no entanto, Deus me deu visão, eu consigo enxergar!
Agora, as taquaras, não se enxerga! Quem vai enxergar taquarinha de noite? Isso
é um deboche conosco, é um deboche com a CUTHAB, meu Presidente. A matéria que
fiz está no site da Câmara, está no
Processo. Eu vou requisitar, meu Presidente Paulinho, uma nova reunião. Nós
queremos a verdade. É um perigo o que está acontecendo. “Ah, teve um aviso aos
navegantes”. Muito engraçado: aviso aos navegantes. Nós não temos apenas um
clube náutico, nós temos várias marinas, que são privadas; 100, 150, 500
quinhentos barcos num clube. “Nós mandamos uma Carta Náutica com correções”.
Ora, quem vai pegar uma Carta Náutica? As pessoas conhecem a Carta Náutica? A
Carta Náutica não é um xerox com anotações – desculpem-me. Estão gozando com a
Câmara Municipal e com o povo de Porto Alegre. Não pode ser assim! Não pode ser
assim! Nós não podemos ser tratados com desdém. Não podem inventar para nós que
há sinalização no lago Guaíba, quando não há sinalização, porque taquarinha não
é sinalização, Ver. Elói Guimarães. O que é isso? Estão brincando! Olhem o
perigo que as pessoas podem passar! Vamos falar sério, vamos respeitar os
esportes náuticos. Tem até Associação de jet
ski no Rio Grande do Sul; há vários clubes, que o Bosco conhece,
tremendamente bem. Não podem ser desrespeitados. Meu caro Dib, como Líder do
Governo, fale para o Flávio Presser que não pode mandar um engenheiro aqui
dizer que está tudo bem, quando não está tudo bem. Vamos resolver isso. Havia
um banco de areia próximo ao clube Jangadeiros, mas como a movimentação de
areia depende da Fepam, a Fepam disse que podem aumentar a ilha, porque é
permitido na ilha, eu vi. Então, seria muito mais justo resolver essas
questões, fazendo-as imediatamente, do que nos enrolar. Desculpem-me, mas assim
não dá!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Não se encontra no plenário.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Presidente; caros colegas Vereadores, eu venho a
esta tribuna, hoje, para comentar algumas situações que acho bastante
importantes. A primeira, Presidente, é a assinatura que houve hoje, por parte
da Presidência da Casa, conveniando esta Casa ao IPE, proporcionando e
propiciando aos servidores desta Casa acesso principalmente aos exames, que era
um anseio antigo dos servidores. O Ver. Adeli trabalhou este tema, eu trabalhei
este tema, e V. Exa., Presidente, a partir dessas solicitações, hoje, deu a
possibilidade de os servidores terem acesso efetivo aos exames do IPE. Por quê?
Porque nenhum dos médicos do quadro da Câmara de Vereadores era cadastrado ao
IPE, e isso era uma enorme dificuldade para nós. Então, parabéns à Presidência,
parabéns ao Departamento Médico da Casa, mas, principalmente, parabéns a todos
os servidores que insistiram nesse processo e efetivamente, a partir de agora,
obtiveram êxito.
Foram diversas as situações, e eu conversava com o
Pitol, acho que a EPTC, mais uma vez, em mais um mês, marca positivamente pelas
ações. No meu próximo Grande Expediente, quero ver se eu consigo explicitar
principalmente as ações desses últimos três meses. E vou dizer aqui a grande
satisfação de trabalho que a gente tem ao poder ir à Empresa Pública de
Transportes e Circulação, muitas vezes, levando angústias das comunidades, e
poder ter a acolhida lá; não ter a promessa vã, fácil, de que vai ter solução
imediata, mas, sim, de que vai ter o estudo do problema atinente.
Cito, por exemplo: nós tivemos uma reunião, semana
passada, referente aos estudantes do IPA, Universidade que à noite têm sofrido
muito em função dos assaltos na Zona Norte, pois acabam tendo que caminhar
quatro ou cinco quadras, principalmente no horário de saída, à noite. Cabe aqui
ressaltar que a grande maioria dos estudantes do IPA é de trabalhadores,
utilizam o transporte coletivo, eles têm um deslocamento de cerca de cinco quadras.
Nós fomos, com o representante dos estudantes, com a Direção do IPA, ter uma
conversa muito franca e sincera lá, onde estavam o Pitol, a Cristina, sob a
orientação do Marcelo e do próprio Vanderlei Cappellari, que tiveram a
sensibilidade de entender esse problema - foram dez assaltos, nos últimos
quatro meses, a estudantes do IPA - e se dispuseram, efetivamente, a estudar um
novo trajeto para aquele ônibus que principalmente liga a Zona Norte, e, se não
dá para ser em todos os horários - muitas vezes o ideal que a gente persegue
não é possível -, dispuseram-se a fazer o que é possível. E talvez seja
possível - e a Cristina colocou a Empresa Pública de Transporte e Circulação à
disposição -, nesse último horário, deslocar o ônibus para que passe mais próximo
da Universidade. Isso significará, sem dúvida nenhuma, uma qualidade até de
vida para os estudantes, não passando mais pelo risco dos frequentes assaltos,
e, sem dúvida nenhuma, ganha toda a comunidade e qualifica, Pitol, Vanderlei...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver. Dr. Thiago.
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, meu Líder, Ver.
João Dib; colegas, senhoras e senhores, público que nos acompanha nas galerias;
a primeira boa notícia, Sr. Presidente, é que enfim o nosso Camelódromo da
Restinga, meu querido Valdir Fraga, está em obras. E essa é uma obra ansiada
pela comunidade da Restinga, porque há muito tempo ali na esplanada as pessoas
ficam, como ficavam no Centro de Porto Alegre, sujeitas a toda sorte de
intempéries: frio, calor, sol.
Eu falo no Camelódromo da Restinga e imediatamente
me remeto a uma questão que eu acho que é fundamental como diretriz para
serviço público, serviço privado, para o que quer que seja, mas especialmente
para serviço público. Nós estamos com essa obra atrasada há mais de um ano. E
estamos com essa obra atrasada por quê? Porque nós não temos, infelizmente, no
serviço público – ou temos de fantasia, de brinquedo –, ferramentas que punam o
servidor quando ele falta com as suas responsabilidades, quando ele age com
desídia, com irresponsabilidade. Porque, no final das contas, quem paga é a
sociedade, quem paga é o contribuinte.
Aqui nesta Casa legislativa, na Assembleia
Legislativa, no Congresso Nacional, sempre nós vemos, e é sagrada, essa luta
dos direitos: o direito ao biênio, o direito ao quinquênio, o direito à
gratificação. Eu até quero me somar aos servidores da Casa, eu acho que têm que
receber 100% da GIT, Sr. Presidente. Mas eu acho que todos esses direitos
precisam necessariamente vir acompanhados de deveres. A sociedade tem que ter
como medir isso e o servidor público tem que ser transparente! Não é só a
transparência dos políticos. O quanto o servidor público produz tem que ser
medido, Ver. Cecchim, Ver. João Bosco Vaz: do professor, do engenheiro, do
advogado, seja de quem for, porque o salário somos nós que pagamos. E, Tarciso,
isso não existe ainda. Esse problema do Camelódromo, que acaba estourando no
Secretário, no Prefeito, é de um servidor que foi lá e fez um projeto, com
absoluta irresponsabilidade; não considerou sequer as áreas de recuo! Quando
começam a fazer a obra têm que parar e levam um ano para retomar. E
politicamente quem responde depois é o gestor, e não se tem nada para fazer.
Então, é preciso, sim, sacralizar os direitos dos
trabalhadores, mas é preciso nós criarmos transparência e trabalharmos da mesma
forma que nós cobramos os direitos e os deveres. Mas quero comemorar que,
enfim, está em obra o Camelódromo da Restinga.
Quero, mudando de tema, Sr. Presidente, dizer que a
água de Porto Alegre, Ver. João Dib, que é um bem sagrado, talvez, dos mais
sagrados que o cidadão tenha direito a receber, a usufruir, continua ruim e
continua malcheirosa - não sei se não tem outras implicações! Quero dizer que
insisto com a obra da captação lá no Jacuí. Na vida tudo tem prazo de validade,
nós estamos fazendo uma obra que é histórica, que é o Socioambiental, com
valores, Ver. Paulinho Rubem Berta, que são históricos, que têm a ver com o
saneamento básico, têm a ver com a saúde das pessoas. Eu não posso compreender
que um gestor enfrente esse problema da água todo ano, tenha R$ 350 milhões, em
caixa, no DMAE, e não faça a obra que é necessária da captação. Portanto,
atentemos para isto: o gestor não está lá e o DMAE não é um banco. Se o DMAE
tem dinheiro em caixa, é para botar o dinheiro onde precisa: no esgoto das
pessoas e na água das pessoas.
Quero falar, ainda, sobre a reportagem do jornal
Zero Hora de hoje, na página 46, do jornalista André Mags, que fala sobre os
banheiros da Cidade, que o DMAE gastou R$ 4,75 milhões na manutenção dos
banheiros. Bota chuveiro, roubam chuveiro! Bota torneira, roubam torneira! Bota
vidro, quebram vidro! Bota vaso sanitário, quebram vaso sanitário! Outro dia,
nós subimos aqui para falar sobre os contêineres, uma Vereadora daqui do PT
disse assim: “Mas coitadinhas das pessoas! As pessoas são pobres, as pessoas
não podem ser responsabilizadas!” Ora, nós temos que educar as pessoas, sim,
não trabalhar essa ideia que elas são intocáveis, que não podem! Isso tudo
somos nós que, como sociedade temos uma falha, temos um defeito, mas temos que
subir neste espaço privilegiado, que tem uma televisão para alertarmos, para
falarmos e, se possível, para educarmos. Dizer que gastamos R$ 4,75 milhões com
manutenção de banheiro, porque a sociedade não preserva os nossos banheiros é
um absurdo!
O tempo de Comunicações é muito curto, Sr.
Presidente...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Dr. Goulart assume a presidência dos
trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Valter
Nagelstein prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, para uma
Comunicação de Líder, por cedência de tempo do Ver. Idenir Cecchim.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito
obrigado, meu ilustre Ver. Dr. Goulart; muito obrigado meu Líder, Ver. Idenir
Cecchim. Então, eu acho que são questões centrais, Ver. João Dib, da sociedade
brasileira. Ver. Idenir Cecchim, o senhor que dirigiu, assim como eu, o Mercado
Público, nós fizemos uma reforma, Ver. Tarciso, no Mercado Público, nos
banheiros, e procuramos colocar lá o que tinha de melhor no Estado da
arte: foram pias de granito, foram dispensers
de aço inoxidável... Não durou uma semana e já haviam coisas quebradas. Ver.
Elói, ali se cobra R$ 0,75 centavos. Eu sei de Vereadores que têm uma
irresignação com relação a essa questão, e nós vamos precisar enfrentar isso.
Eu não posso compreender, Ver. João Dib, que, em pleno ano 2012... Em qualquer
cidade do mundo, tem banheiro pago: coloca-se uma moedinha, a gente entra, usa
o banheiro, sai, a porta fecha e o banheiro se auto-higieniza. Como não é
possível fazermos isso em Porto Alegre? Há 50 anos, o homem já colocou um
foguete e outro homem na Lua e nós não conseguimos fazer um banheiro decente!
Continuamos enxugando gelo, continuamos colocando esses banheiros!
O Governo tem feito um esforço, quer o mobiliário
urbano, quer trocar as paradas de ônibus, quer trocar as bancas de revista,
quer trocar as bancas de chaveiro, quer trocar as fruteiras, quer dar uma
identidade única para tudo isso, mas o mais importante de tudo é que não
adianta trocarmos tudo, colocar bancas iguais às de Paris, banheiros iguais aos
de Londres, seja lá o que for, se nós ainda continuarmos com uma mentalidade
tacanha, sem consciência cívica, sem respeito ao bem público, ao bem coletivo,
àquilo que é de nós todos, e por aquilo que todos nós pagamos, Ver. Tarciso! O
cara que vai lá e joga uma pedra, que raspa com a chave e coloca o seu nome,
ele não se apercebe que ele também paga. Ele paga!
Por falar em pagar, saiu uma pesquisa dizendo que a
maior parte das pessoas não quer votar, Ver. João Dib, que gostaria de se ver
desonerada da obrigação de votar, ou que quer anular o seu voto porque está
revoltada, Sr. Presidente, com o estado de coisas que aí está. Eu chamo as
pessoas para uma reflexão: o que adianta não votar ou votar mal? Se o gesto é
de protesto, que protesto é esse, com o perdão da rudeza da expressão, mais
burro? Porque a omissão, Ver. Tarciso, não contribui em nada para o
aperfeiçoamento, para a melhora, ou mesmo para o protesto que a pessoa quer
fazer. Só há uma forma para nós consertarmos tudo isso da política, e todos os
dias nesta Casa Legislativa, no Jornal Nacional, no Congresso Nacional, nos
periódicos brasileiros, nós nos irresignamos, nós nos revoltamos; só há uma
forma, e não é figura de retórica, não é discurso de política, nem de político.
Só há uma forma e um caminho, se na vida existem múltiplos caminhos e várias
escolhas, neste aspecto, só há um caminho: a consciência, a informação, o
exercício da cidadania, o sagrado direito - porque não é dever. As pessoas
dizem: “Ah, mas é obrigatório votar; se não fosse, eu não votaria”, mas não é
obrigatório, é um direito, Paulinho. É um direito que eu tenho de chegar e
dizer o seguinte: “O Valter era Vereador do meu bairro” – o Paulinho do bairro
dele, enfim, o Comassetto – “mas não correspondeu, Tarciso, não voto mais”. E o
processo da democracia é esse aperfeiçoamento e o empoderamento do Poder
Legislativo para que cobre do Executivo aquilo que é necessário e para que as
pessoas, conscientes desse voto, olhem para nós, Ver. João Dib, não com mais
generosidade, mas também com esse olhar de cobrança, porque nós é que fomos
colocados aqui para cobrar o Poder Público. Eu, outro dia, disse mais uma vez
na tribuna: “Eu sou um Vereador de Governo, mas respondo, acima de tudo, à
consciência e ao interesse da sociedade porto-alegrense”. Falar de água não é
falar contra o Governo; falar de mobiliário urbano não é falar contra o
Governo; pedir que o servidor público tenha transparência e metas não é falar contra
o servidor público, é falar de uma coisa que está além do servidor público,
além da política, que é a própria sociedade, que é a destinatária, que é o
desiderato, que é o fim da nossa atividade política; é prestarmos bons serviços
com transparência, com ética e com dignidade ao cidadão, tão desesperançoso que
está. Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, Srs. Vereadores; muito
obrigado...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver. Nagelstein.
O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, meus colegas
e todos os que nos assistem, nós tivemos aqui uma audiência que foi feita em
conjunto com a CUTHAB sobre a questão de uma ameaça que pairava sobre a cidade
de Porto Alegre, de que, no dia 21, teríamos a paralisação – eu não sei se
seria paralisação ou greve – dos taxistas em Porto Alegre, porque existia, dito
e escrito, um terrorismo no Ministério Público que ameaça os taxistas. Ficou
claro, nessa audiência, que nada disso era verdade, tanto é que eu subo esta
tribuna hoje para agradecer aos presidentes de todos os permissionários de
taxistas de Porto Alegre, os profissionais do volante. E eu li hoje que foi
suspensa essa greve. Isso é uma vitória de toda a cidade de Porto Alegre e isso
é uma conquista de todos os profissionais que tiveram aqui a garantia pelo
Ministério Público de que não haveria esse terrorismo de maneira nenhuma, pois
esta não é a finalidade do Ministério Público.
Quero dizer mais: foi proposto pelo Ver. Luiz Braz
que se formasse uma comissão de todos os Parlamentares desta Casa para
trabalharem em cima da questão referente aos profissionais do volante da nossa
Casa. Quero dizer que o meu Partido e, em especial este Vereador, concorda
plenamente com a criação, que deve ser formalizada, e o Presidente desta Casa
deve homologar isso para que nós possamos estudar, porque ali são 3.973
veículos e mais de 10 mil taxistas, Ver. Tarciso; são mais de 10 mil famílias
que dependem disso e é muito complexo hoje. O que não dá para se fazer é passar
por cima da lei. Se a Constituição diz que deve ser desta forma, nós vamos ter –
nós todos e não só os taxistas – que nos apropriarmos de Constituição e vermos
a melhor maneira possível para que esses profissionais possam desempenhar o seu
papel, levar o seu sustento e manter aquilo que conquistaram ao longo dos anos.
Então, é uma luta que vai se dar, é um trabalho que
está sendo feito pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas, pela
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, pela Procuradoria, por todos, no sentido
de buscar a melhor maneira possível de atender aos anseios dos profissionais
desta Cidade no setor de transporte de passageiros - logicamente, os taxistas.
Então, fico muito feliz com isso, porque nós já
conseguimos, com o Prefeito Fortunati, que ele nos liberasse a licença, Ver.
Tarciso, para ser construído o primeiro protótipo de uma cabine que atenda os
taxistas, principalmente, na hora de necessidade, Porque, hoje, a maioria dos
taxistas de Porto Alegre, no momento que têm necessidade de um banheiro, não
têm aonde ir, têm de descer correndo, ou entrar numa farmácia ou entrar num bar
e, na pior das hipóteses, a primeira árvore que achar é a solução. E aí está
contaminando as nossas árvores. Então, nós temos em mão as cabines já
elaboradas, estamos trabalhando para ser construído o primeiro protótipo de
cabine para os taxistas de Porto Alegre, onde vai ter banheiro, vai ter um
pequeno compartimento para o lazer, esquentar um chimarrão, tomar um café
abrigado da chuva, do vento. Está aqui. (Mostra fotos.) Não é um Projeto meu,
eu estou defendendo o Projeto. O Prefeito José Fortunati sensível, e a Dra.
Izabel Matte, também sensível a essa necessidade, nos liberou para que o
protótipo seja implantado na cidade de Porto Alegre. Esperamos estar, até o
final de junho, com ele pronto, para avaliarmos se é interessante ou não.
Eu queria deixar uma solicitação ao Ver. Dib, pois
parece que a FASE, hoje, está tratando os nossos adolescentes infratores como
animais, e são seres humanos; esta Casa deveria constituir uma Comissão, e, com
a Comissão de Direitos Humanos, faríamos uma vistoria na FASE. Pois até parece
que o que pertence ao Estado não pertence ao Município, não está dentro do
Município de Porto Alegre! Não! A FASE está dentro do Município de Porto
Alegre, e nós não podemos deixar que esse tipo de coisa aconteça lá. Então, solicito
aqui, à Presidência da Comissão...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NELCIR
TESSARO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, venho a esta tribuna
para uma Comunicação de Líder, primeiro agradecendo a cedência de tempo ao Ver.
Tarciso, e quero falar sobre dois assuntos importantes que hoje circulam nos
meios eletrônicos e nos meios impressos, os jornais da nossa Capital.
Primeiro, a gente vem falando nas questões do
Orçamento Participativo, em que está havendo partidarização, pessoalização. São
candidatos, são diversos Partidos, Ver. Paulinho, que comandam esta Capital.
São diversos partidos, mas, quando se trata de pessoas, de pré-candidatos a
Vereadores que comandam o Orçamento Participativo, eu fico preocupado, porque a
questão aí começa a chamar a atenção do Ministério Público Eleitoral. Eu
acredito que o Ministério Público Eleitoral está muito quieto nessa questão,
que ele deveria estar mais atento, para, em última hora, não precisar estar
justamente sem tempo para que essas coisas sejam revertidas.
Já aconteceu, na região do Extremo-Sul da Cidade,
um rodeio com um aparato total da Prefeitura, do OP, em que um candidato a
Vereador subiu para fazer suas manifestações políticas e, interpelado, disse
que aquilo era um evento do Conselho do OP. Mas se era, Ver. Paulinho, um
evento do Conselho do OP, o que o coordenador do OP, que é CC da Prefeitura, em
um cargo elevadíssimo, estava fazendo lá, se não fosse misturar a coisa pública
com a coisa privada, um assunto social, um assunto comunitário? Estava ali um
servidor do Executivo Municipal representando a Prefeitura e dando guarida a um
candidato para fazer a promoção da sua pré-candidatura, no meio de um evento
público, e o Ministério Público, que também é público, cruzou os braços e ficou
calado! Será que vai ficar calado também agora, no momento em que vemos aqui o
jornal Metro, um jornal que está circulando na Cidade gratuitamente – e,
felizmente, está trazendo notícias boas, importantes para Capital –, mostrando
o flagrante? (Mostra o jornal.) Ele não pode dizer que não estava, houve o
flagra de um pré-candidato, com a seringa na mão, dando a vacina na Presidente
do Conselho do Idoso, lá no Asilo Padre Cacique, e essa foto foi para o site oficial da Prefeitura. Da mesma
forma, mais abaixo, mostra um passeio no ônibus turístico da nossa Capital,
Ver. Paulinho, que é para o cidadão porto-alegrense fazer o passeio, e não para
o Secretário e o pré-candidato fazerem o passeio, juntamente com os populares,
na nova rota, com a finalidade de angariar a promoção pessoal e os seus votos.
Flagrante também.
E mais ainda: ex-Secretário novamente na
Prefeitura, ao lado do Prefeito. O Prefeito sabe da legislação eleitoral, meu
Líder Ver. João Antonio Dib, ele não podia permitir fazer cerimônia dentro do
Paço Municipal, com ex-Secretários candidatos! E mais: recebi, na semana
passada, desse mesmo pré-candidato, e-mail
de elogios, utilizando a ferramenta eletrônica pública do Município para fazer
sua manifestação! Onde é que nós estamos? Um aparato do Executivo para fazer
com que alguns candidatos sejam privilegiados.
Mas o meu tempo está finalizando, eu quero aqui
cumprimentar o Ver. Valter Nagelstein e dizer que ele tem espaço na nossa luta
na Prefeitura para mudar algumas coisas que estão ocorrendo. Temos espaço e
estamos convidando o Ver. Valter Nagelstein a participar da nossa luta, porque
a Zona Sul está precisando de água e não de banco. Banco nós temos o Banrisul
para financiar, não precisa o Departamento Municipal ter R$ 350 mil em conta e
a população sofrendo por falta d’água! É lamentável, e quero convidar o Ver.
Valter Nagelstein a participar dessa caminhada em prol das comunidades...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mauro Zacher reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, e depois prossegue em Tempo Especial para fazer
relato de viagem.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras
e Srs. Vereadores; senhoras e senhores, quero cumprimentar todos os colegas
Vereadores, especialmente o Ver. João Antonio Dib, que é Líder da situação, que
fazia uma observação de que deveríamos pedir verificação de quórum, porque na
verdade são poucos Vereadores que estão aqui trabalhando. O Vereador garantiu
que todos os inscritos pudessem falar, porque estamos aqui para fazer o debate
necessário. Muito obrigado, Ver. João Antonio Dib.
Eu quero iniciar um relato de viagem, da reunião
que fizemos há 15 dias no Ministério das Cidades. O Ministério das Cidades está
organizando a próxima Conferência Nacional das Cidades, bem como a preparatória
para a Rio+20, portanto toda essa discussão a respeito da sustentabilidade e do
papel do Brasil nesse contexto.
Além disso, hoje nós sabemos que a
insustentabilidade se dá devido à degradação dos recursos naturais, sendo que a
população está 85% concentrada na cidade. Portanto, o entendimento de que a
Rio+20 tem que ter um capítulo específico para tratar da sustentabilidade da
cidade... Esse é o tema que o Conselho Nacional está trabalhando, e esse debate
está acontecendo em todo o Brasil. Quero também anunciar a todos os colegas
Vereadores, Vereadoras, um Oficio Circular do Ministério das Cidades e do
Concidades – Conselho das Cidades – assinado pela Inês Magalhães, Secretária Nacional
de Habitação, que anuncia a (Lê.): “Consulta pública para subsidiar a
elaboração de portaria que regulamentará os procedimentos e medidas que
garantam o direito à moradia e à cidade às pessoas afetadas em
decorrência da necessidade de deslocamento involuntário provocado pela execução
de obras e serviços de engenharia em intervenções sob gestão do Ministério das
Cidades”. A Ver.ª Sofia é uma Vereadora que tem tratado dessa discussão, e o
Ver. Toni Proença, entre outros. O Ministério das Cidades, através da
Secretária Inês Magalhães, acaba de – no início deste mês – divulgar a consulta
pública para subsidiar a elaboração das diretrizes para as remoções forçosas
que existem em função das obras da Copa, em função das obras do Ministério das
Cidades. Então, é um procedimento para todo o Brasil, porque cada Cidade tem
tratado isso de uma forma particular, e tem havido muitos conflitos e pouco
diálogo com as comunidades sob o ponto de vista do princípio do direito à
moradia e do direito à cidadania.
Quero aqui anunciar, e já vou entregar à
Presidência, este documento, e quero já colocar à disposição de todos os
colegas Vereadores o documento: Ofício Circular n° 1.289, assinado pela
Secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, em nome do Ministério das Cidades,
do Governo Federal.
O segundo ponto que quero tratar aqui, em nome da
Liderança do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, é a respeito da matéria
que foi divulgada hoje pelo jornal Metro. Na verdade, venho aqui, com toda a
tranquilidade, tratar dessa matéria, Ver. João Bosco Vaz, porque, na
segunda-feira, vim aqui, em nome da Liderança do meu Partido e da oposição,
relatar um fato que ocorreu em Belém Novo, no final de semana, num evento
público organizado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre junto com o
Orçamento Participativo, onde o ato foi todo organizado para apresentar na
vitrine o ex-Secretário da SMOV, Cássio Trogildo, que é candidato a Vereador.
Então, a matéria que está publicada hoje no jornal
Metro, responsabilizando o Executivo Municipal por um conjunto de ações que,
sob nosso ponto de vista, venha promover secretários, funcionários, que ainda
têm uma relação umbilical com máquina a pública e com as Secretarias, que até
então fizeram gestão. A matéria se refere ao Secretário Luiz Fernando e também
ao ex-Secretário Casartelli. Incluo também o ex-Secretário Cássio Trogildo.
Ontem, na plenária do Orçamento Participativo, na
Restinga – acredito que foi a mais numerosa de todas as participações, em torno
de duas mil pessoas participando –, houve uma crítica muito grande, muito
pesada, a respeito, Dr. Goulart, da condução do Programa Minha Casa, Minha
Vida, principalmente na liberação das casas para as pessoas que estão
inscritas, e responsabilizando que os Conselheiros do Orçamento Participativo
estão a serviço de candidaturas, e que recebem essas casas e estão
nominando-as, independente dos critérios que são feitos.
Estou transmitindo aqui a síntese da plenária do
Orçamento Participativo, ontem, na Restinga.
Além disso, tenho recebido muitas pessoas, as quais
temos ajudado a construir a política, não só do Minha Casa, Minha Vida, como a
política da construção das escolas infantis.
Hoje de manhã fiz uma reunião com a Secretária
Cleci, que tem tido uma postura republicana em tratar dos temas da Educação,
inclusive com as creches e as escolas infantis, que estão vindo do Governo
Federal. Dessas 19 que vêm para Porto Alegre, algumas delas são para o
Extremo-Sul, e estamos ajudando a encontrar as áreas para poder instituir essas
creches. O problema não é esse, o problema é que há conselheiros do Orçamento
Participativo que têm representantes da Prefeitura e dos CAR, que têm
funcionários das Secretarias que estão dizendo: “se vocês aceitarem o apoio do
Ver. Comassetto, vocês não vão ganhar a casa, não vão ganhar a Escola, não vão
ganhar os benefícios que são públicos.” Então, eu trago isso, vamos encaminhar
isso ao Ministério Público, para que o Ministério Público, a partir dessa
matéria que saiu, faça uma investigação, assim como a nossa Bancada também está
encaminhando ao Sr. Prefeito Municipal um pedido de esclarecimento sobre todos
esses eventos aqui relacionados e um conjunto de outros que temos recebido, que
têm antecipado as eleições, e num método nada republicano, feito que, se
utilize a máquina pública em favor de alguns que são candidatos - e aqui, me
permitam todos os Vereadores que nos ouvem neste momento, da situação e da
oposição - em desrespeito àqueles Vereadores de todos os Partidos, que
trabalham e trabalham muito, trabalham sério. Não dá para um representante do
Centro Administrativo Regional ou para um funcionário de qualquer Secretaria
dizer que se as pessoas continuarem trabalhando com o Vereador A ou o Vereador
B, não receberão mais os benefícios públicos da Prefeitura de Porto Alegre.
Portanto, eu creio que todos que estão aqui
compartilham desta opinião e desta posição, e nós não podemos deixar que o
Legislativo seja utilizado da pior forma possível, pois que não é uma forma
republicana.
Portanto, nós, estamos encaminhando um pedido de
informações, ao Sr. Prefeito Fortunati, a respeito do que está divulgado e do
conjunto destas situações que temos recebido pela má utilização, pelo
aparelhamento da estrutura pública e dos recursos públicos em detrimento do
benefício público, da coisa pública. O Vereador João Bosco Vaz me relata
alguns, corretamente. E eu quero relatar aqui, que inclusive, hoje, fui muito
bem recebido pela Secretária Cleci e ela me disse o seguinte: “Não concordo com
isso que está acontecendo, porque nós continuaremos trabalhando com você, com a
Sofia que é da Educação, com o Pedro Ruas, com o João Bosco Vaz, com todos que
vierem aqui...”
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Dez Vereadores presentes. Não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h10min.)
* * * * *